22 de dezembro de 2011

Oportunidade de estágio no Programa de Pesquisa em Conservação e Manejo de Jacarés do Instituto Mamirauá


Edital 031/2011 IDSM

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) está selecionando Um (01) aluno de graduação na área de ciências biológicas, ou outras áreas ambientais afins, para dar apoios às atividades técnicas e científicas do Programa de Pesquisa em Conservação e Manejo de Jacarés, que tem como objetivo gerar informações científicas atuais associadas à biologia das espécies de jacarés amazônicos e a seu ambiente natural.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

O bolsista atuará em atividades de pesquisa desenvolvidas pelo Programa de Pesquisa em Conservação e Manejo de Jacarés do IDSM, inseridas no Projeto:
Conservação de Vertebrados Aquáticos (Aquavert), com patrocínio da Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, que visa estudar, juntamente com as populações locais, a ecologia dos grandes vertebrados aquáticos (jacarés, quelônios e mamíferos aquáticos amazônicos) e desenhar estratégias para sua conservação.

Iniciativa e motivação para trabalhar no campo são necessárias, uma vez que o candidato passará a maior parte do tempo desenvolvendo suas atividades no campo sem a supervisão constante. As funções serão desempenhadas em vários locais da RDS Mamirauá e/ou Amanã, sob condições rústicas e com um mínimo de 15 dias entre visitas à cidade de Tefé.

Será oferecido um período de treinamento e familiarização à área, mas o candidato deverá ser capaz de assumir grande parte do trabalho, contando com o auxílio de um assistente de campo local; a presença do coordenador dos projetos não será constante no campo.

Contatos com a cidade (escritório do Mamirauá) são feitos diariamente através de rádio. O Bolsista terá oportunidade de conhecer outros projetos de pesquisa em andamento, e poderá acompanhar algumas de suas atividades, desde que não interfiram com o andamento do trabalho.

BOLSA-AUXÍLIO
Oferece-se uma bolsa-auxílio no valor de R$700,00. Além do valor da bolsa - auxilio, será providenciado o alojamento e alimentação básica no campo, e deslocamento de Tefé para a RDSM ou RDSA.

O candidato selecionado se responsabilizará pelas vacinas necessárias para a região, e deverá apresentar um atestado médico de boas condições de saúde ao chegar a Tefé. Neste momento deverá assinar o Termo de Compromisso, o que implicará na concordância com as disposições do mesmo. Os dados coletados serão disponibilizados ao Instituto Mamirauá.

O IDSM não dispõe de alojamento em Tefé, e arranjos de residência na cidade devem ser feitos pelo próprio bolsista. O deslocamento do bolsista de sua cidade de origem até Tefé, e o retorno, ficam a cargo do mesmo.

PERFIL DESEJADO DO CANDIDATO GRADUANDO
1. Graduando em curso de Ciências Biológicas, ou em outras áreas ambientais afins com vínculo com instituição de ensino mantido durante o período da bolsa
2. Iniciativa e motivação para trabalhar no campo são necessárias, uma vez que o candidato passará a maior parte do estágio em bases flutuantes na RDS Mamirauá e Amanã
3. Experiência em projetos de iniciação científica
4. Capacidade de trabalho em grupo e com equipes multidisciplinares
5. É desejável (critério não excluente) que o candidato possua experiência com jacarés amazônicos e/ou com comunidade ribeirinhas e/ou tradicionais
6. Conhecimentos de informática, editores de texto, planilhas eletrônicas são desejáveis

PRAZOS
Até 14 de janeiro de 2012: Recebimento das inscrições.
Até 16 de janeiro de 2012: Os nomes dos(as) candidatos(as) pré-selecionados(as) serão listados no site www.mamiraua.org.br
, e os mesmos serão contatados oficialmente para agendamento da entrevista.
Até 20 de Janeiro de 2012: Os (as) candidatos(as) pré-selecionados serão entrevistados.
23 de janeiro de 2012: divulgação do resultado final. O candidato(a) entrevistado(a) será informado por e-mail.
Início das atividades: Após 5 de fevereiro de 2012.
Final de atividades: Julho de 2012.

DOCUMENTOS PARA INSCRIÇÃO
Carta de intenção (não de encaminhamento): explicando claramente por que deseja se candidatar à vaga, descrevendo seu perfil acadêmico e/ou profissional, descrevendo a relevância de participar nas atividades propostas neste edital. A carta não poderá ultrapassar 2 páginas. Na carta, o candidato, deverá listar duas referências acadêmicas ou profissionais e formas de contacto (email ou telefone). O Candidato deverá incluir seus meios de contato (endereço, telefone, email, skype).

Curriculum vitae resumido (02 páginas) com o link para Currículo Lattes
Os documentos deverão ser enviados via e-mail para jacares@mamiraua.org.br

No cabeçalho (assunto) da mensagem, favor digitar: CANDIDATO JACARES + nome do candidato. 
*Mensagens enviadas com outro cabeçalho e submissões incompletas não serão consideradas. 

30 de novembro de 2011

ENCALHES DE SOTALIA GUIANENSIS NO LITORAL DO PIAUÍ.


ENCALHES DE SOTALIA GUIANENSIS NO LITORAL DO PIAUÍ.

Aragão, G. M. O1.; Vieira, J. O1.; Magalhães- Neto, M. O1.; Costa, A1.; Clarck, I1.
1 Instituto Ilha do Caju, end.: Av Presidente Vargas, 235 - Centro - Parnaíba - PI / e-mail georgia.aragao@gmail.com


RESUMO 

A IUCN considera Sotalia guianensis como espécie insuficientemente conhecida (BOROBIA & ROSAS, 1991). A caracterização dos grupos de S. guianensis, incluindo aspectos da sua organização social, correlacionando-os com fatores abióticos e bióticos têm sido estudada por alguns autores (LODI, 2003; SANTOS, 2004;AZEVEDO ET AL., 2005) no Brasil. Devido à acelerada degradação do habitat marinho costeiro, estudos sobre a forma como os cetáceos utilizam os ecossistemas em que vivem tornam-se cada vez mais necessários.O estudo de encalhes desses animais pode nos proporcionar o conhecimento necessário para direcionar os esforços de conservação e fornecer dados para uma avaliação anual da taxa de mortalidade dos grupos taxonômicos, causas dos óbitos, sazonalidade dos eventos e associação com atividades humanas potencialmente perturbadoras aos mamíferos aquáticos. O PROCEMA coletou dados de encalhes de 2007 a 2009, registrando 21 encalhes de boto, ocorridos principalmente no período chuvoso. Em todos os espécimes foram encontrados vestígios de interação antrópica. A determinação de áreas críticas à conservação e à elaboração de estudos que visem subsidiar e aprimorar as técnicas de reabilitação empregadas são outras informações relevantes que podem ser obtidas a partir desse acompanhamento (IBAMA, 1999).

Palavras chave: boto cinza, monitoramento e conservação

INTRODUÇÂO

O boto cinza, Sotalia guianensis, é um pequeno cetáceo que apresenta um tamanho médio de 1,70 metros. Essa espécie ocorre desde o sul do Brasil, no Estado de Santa Catarina, até a Nicarágua, na América Central e freqüenta as águas costeiras, tais como enseadas, baías e estuários (HETZEL & LODI, 1993). Apesar de sua ampla distribuição e pelo fato de ser eminentemente costeira, são poucos os estudos publicados com esse gênero de golfinho, sendo considerada no Brasil uma espécie insuficientemente conhecida (IBAMA 2001). São animais que frequentemente interagem com pescadores, sendo o emalhe em redes a interação negativa mais comum e mais relacionada à mortalidade dos cetáceos, que podem ficar emaranhados pelo rostro e nadadeiras nas redes de espera (DI BENEDITTO, 2004). As interações entre os cetáceos e as atividades pesqueiras podem ser classificadas como operacionais e/ou ecológicas. Interações operacionais são aquelas que envolvem a relação entre os cetáceos e os artefatos/equipamentos de pesca, e as interações ecológicas são aquelas que envolvem a relação entre os cetáceos e os pescadores. Tais interações podem apresentar efeitos positivos, negativos ou neutros tanto para os homens quanto para os cetáceos envolvidos. No litoral do Piauí a pesca constitui de uma fonte exclusiva ou complementar de renda. Dessa forma o presente trabalho objetiva quantificar os encalhes de boto cinza que ocorrem no litoral do Piauí e identificar as possíveis causas para tais acontecimentos no período de 2007 a 2009.

MATERIAIS E MÉTODOS

O litoral do Piauí possui 66 km de extensão tendo como limites a Praia da Pedra do Sal, município de Parnaíba e a Praia de Cajueiro, Município de Cajueiro da Praia. No período compreendido entre 2007 à 2009 foram realizados monitoramentos de praia no litoral piauiense. Os dados relacionados foram colhidos durante a atuação do Projeto Cetáceos do Maranhão – PROCEMA, pelo Instituto Ilha do Caju Ecodesenvolvimento e Pesquisa – ICEP, que em suas atividades atuou no atendimento de cetáceos encalhados, vivos ou mortos contribuindo para o incremento sobre informação deste grupo animal na área que compreende a APA do Delta do Parnaíba.
Semanalmente foram percorridos em média 20 km de praia, sendo os monitoramentos realizados duas vezes por semana, em praias distintas, com percurso feito por meio de caminhadas ou com auxílio de automóvel tracionado. A identificação da espécie foi realizada por meio de observações acerca das características morfológicas externas, como coloração, tamanho, formato do melão, formato e localização da nadadeira dorsal e número de dentes (HETZEL & LODI, 1993). Foram também realizadas as medidas morfométricas, propostas pelo Plano de Ação de Mamíferos Aquático (IBAMA, 2001) e identificação do sexo. Interações antrópicas, principalmente relacionadas a atividade pesqueira foram confirmadas devido a presença de marcas no animal encalhado, como cortes para a retirada de musculatura, olhos e nadadeiras, além de perfurações à faca e marcas de rede de pesca.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante a realização dos monitoramento de praia foram registrados 21 encalhes de Sotalia guianensis, ocorridos nas praias Pedra do Sal, Atalaia, Coqueiro, Arrombado, Barra Grande e Cajueiro da Praia, pertencentes aos municípios de Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia. A Praia da Pedra do Sal, município de Parnaíba, representa a área de maior índice de encalhes com 14 indivíduos encalhados. Os encalhes foram em maior número no período chuvoso, nos meses de dezembro a março.
Grande parte dos encalhes registrados apresentaram sinais de interação antrópica, tiveram parte de musculatura do dorso, olhos e nadadeiras peitorais e caudal retiradas, bem como foi possível evidenciar a presença de inúmeras facadas no corpo de um dos exemplares. Até mesmo nos espécimes em alto grau de decomposição foram observados marcas de faca nos ossos e vestígios de rede de pesca e cordas.
As marcas encontradas nos animais indicam que houve a retirada de partes do corpo dos botos. De acordo com Barreto (2000), os registros de interação entre cetáceos e os homens são bastante antigos e antecedem a exploração comercial das baleias. O autor afirma que mesmo antes de serem explorados comercialmente, os cetáceos foram explorados para subsistência.
A interação dos cetáceos com as atividades pesqueiras é uma das principais causas de mortalidade, o que é comum em outras regiões do Brasil (MONTEIRO-NETO ET AL, 2000; DI BENEDITTO, 2003; BARROS & TEXEIRA, 1994).

CONCLUSÕES

O litoral do Piauí embora apresente dimensões reduzidas apresenta uma vasta diversidade ecológica. Durante as atividade realizadas pelo PROCEMA /ICEP constatou-se a presença de cetáceos nessa região, sendo a espécie Sotalia guianensis de maior ocorrência.
A exploração direta e a captura acidental em atividades de pesca são responsáveis pela atual condição de ameaça às populações do boto cinza no litoral do Piauí. A ineficiência da legislação brasileira na conservação dos cetáceos é nitidamente vista em tal região.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, A.F., VIANA, S.C., OLIVEIRA, A.M.L., VANSLUYS, M. 2005. Group characteristics of marine tucuxis (Sotalia fluviatilis) (Cetacea: Delphinidae) in Guanabara Bay, south-eastern Brazil. J. Mar. Biol. Ass. U.K., 85: 209-212.
BARRETO, A.S. 2000. As baleias, o Turismo e o Desenvolvimento Sustentável. Gazeta Mercantil. v.636, p. 2.
BARROS, N. B.; TEXEIRA, R. L. 1994. Incidental catch of marine tucuxi, Sotalia fluviatilis, in Alagoas, Northeastern Brazil. Reports of the International Whaling Commission, v.15, p. 265-268.
BOROBIA, M., ROSAS, F.C. 1991. Estado de conservacion de los mamiferos marinos del Atlántico Sudoccidental. Informes y estudios del Programa de Mares Regionales Del PNUMA, Argentina, 138: 36-41.
DI BENEDITTO, A. P. M. 2003. Interactions between gillnet fisheries and small cetaceans in northern Rio de Janeiro, Brazil: 2001-2002. American Journal of Aquatic Mammals Latin,, 2 (2): 79-86.
DI BENEDITTO, A.P.M. 2004. Guia para estudo de cetaceos: interações com atividade de pesca. Vol 1. Campos dos Goytacazes: Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.
HETZEL, B.; LODI, L. 1993. Baleias, botos e golfinhos: guia de identificação para o Brasil. Rio Janeiro: Nova Fronteira.
IBAMA. 2001. Mamíferos aquáticos do Brasil: plano de ação, versão II. 2. ed. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos naturais renováveis, 96 p.
IBAMA. 2001. Mamíferos Aquáticos do Brasil: Plano de Ação, versão II. 2ª Ed. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Brasília, Brasil.
IBAMA. 1999. Proposta de Criação da Rede de Encalhe de Mamíferos Aquáticos do Brasil, Centro Mamíferos Aquáticos, Cristiano Leite Parente. Ilha de Itamaracá/PE. 11p.
LODI, L. 2003. Tamanho e Composição de grupo dos botos- cinza, Sotalia guianensis (van Bénéden, 1864) (Cetacea, Delphinidae), na Baía de Paraty, Rio de Janeiro, Brasil. Atlântica, 25(2): 135-146.
MONTEIRO-NETO, C.; ALVES-JUNIOR, T. T.; CAPIBARIBE-ÁVILA, F. J.; CAMPOS, A. A.; FERNANDES-COSTA, A.; NEGRÃO-SILVA, C. P.; FURTADO-NETO, M. A. 2000. A.Impact of fisheries on the tucuxi (Sotalia fluviatilis) and rought-toothed dolphin (Steno bredanensis) populations off Ceara State, Northeastearn Brazil, Aquatic Mammals, v. 26, p. 49-56.
SANTOS, M.C.O.2004. Uso de área e organização social do boto tucuxi marinho, Sotalia fluviatilis (Cetacea, Delphinidae), no Estuário de Cananéia, SP. Instituto de Biociências, São Paulo, SP, USP. 265p.



RESUMO APRESENTADO NO COLACMAR 2011.

23 de novembro de 2011

Aprovada nova recomendação de proteção às aves marinhas



Comissão Internacional para a Conservação do Atum do Atlântico (ICCAT, na sigla em inglês) adotou uma nova recomendação para proteger aves oceânicas, em especial albatrozes e petréis, da captura incidental pela pesca com espinhel pelágico, uma técnica industrial utilizada em alto mar para pescar atuns, espadartes e cações. Essa é uma importante iniciativa de proteção porque poderá servir de modelo para outras organizações regionais de ordenamento pesqueiro, a exemplo da Comission for the Conservation of Southern Bluefin Tuna – CCSBT, que ordena a pesca do atum azul nos mares do sul.
A nova recomendação vale para os barcos de pesca que operam no Oceano Atlântico ao sul do paralelo de 25º de latitude Sul – que passa ao norte de Curitiba (PR) e ao norte de Pretória (África do Sul) - e estabelece, entre outras definições, o uso conjunto de, ao menos, duas de três medidas: a largada noturna (período em que as aves têm menos atividade); a colocação do peso mais próximo do anzol (o que aumenta a velocidade de submersão do equipamento de pesca, deixando menos tempo disponível para as aves atacarem as iscas), e o uso do toriline  (formado, entre outros elementos, por fitas coloridas que afugentam as aves).  As aves ficam presas nos anzóis ao tentarem comer as iscas e morrem afogadas. Essas medidas ajudam a evitar que esse problema ocorra.
Dois diferentes modelos de toriline devem ser adotados de acordo com o tipo de embarcação: um maior para barcos acima de 35 metros de comprimento e outro menor para aqueles de tamanho inferior a essa metragem, que são os utilizados pelos pescadores que atuam em águas sob jurisdição do Brasil. A nova proposta também permite que o pescador opte por um dos três regimes de peso a diferentes distâncias do anzol, medida que aumenta a velocidade de submersão do equipamento de pesca. O estabelecimento dessa forma de utilização de medidas mitigadoras é baseado nas orientações de boas práticas pesqueiras do Acordo para Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), elaborada durante a reunião do Comitê Assessor da entidade em agosto deste ano em Guayaquil (Equador).
A nova recomendação da ICCAT foi baseada em proposta elaborada pelas delegações da União Européia, do Brasil - da qual fazia parte o Projeto Albatroz - do Uruguai, da África do Sul e do Reino Unido.  Após algumas mudanças solicitadas, a aprovação da nova proposta também foi endossada pelos países asiáticos, entre eles Japão, China, Coréia e China Taipei, potências pesqueiras de grande atuação no Atlântico, cujo ordenamento pesqueiro (nesse oceano e em mares adjacentes) é coordenado pela ICCAT. “A aprovação da recomendação é uma grande conquista, significando uma verdadeira vitória após vários anos de trabalho para que pudéssemos alcançar esse consenso”, comenta Tatiana Neves, coordenadora geral do Projeto Albatroz. “A importância dessa recomendação é imensa, pois certamente terá reflexos em outras organizações responsáveis pelo ordenamento das pescarias no Pacífico, Índico e mares do sul, onde os albatrozes são também abundantes. Esperamos um efeito multiplicador dessas medidas de proteção às aves para os próximos anos” completa a Coordenadora, que esteve presente à Reunião da ICCAT, onde essa questão, entre outras relacionadas ao ordenamento de pesca no Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo, foi discutida. A reunião foi realizada entre os dias 11 e 19 de novembro em Istambul, na Turquia, e reuniu especialistas do mundo todo.
A nova recomendação da ICCAT será suplementar a de nº 07, de 2007, que propunha, entre outras medidas, a redução da captura incidental de aves marinhas pela pesca de espinhel pelágico por meio do uso do toriline. Ela entrará em vigor entre janeiro e julho de 2013.
Em águas sob jurisdição do Brasil, as definições da recomendação já estão contempladas na Instrução Normativa Interministerial (INI) nº 04, de autoria dos Ministérios da Pesca e Aquicultura e do Meio Ambiente, publicada em abril deste ano. A INI vale para os barcos de espinhel pelágico que operam ao sul de 20º de latitude (aproximadamente a partir da cidade de Vitória/ES) e obriga o uso do toriline e do peso que afunda as linhas de pesca a dois metros do anzol. “O Brasil que possui uma normativa interna eficiente sai em vantagem, pois não serão necessários esforços nacionais para se adaptar às novas exigências da ICCAT, uma vez que a medida já está internalizada”, explica Tatiana Neves. Pesquisas do Projeto Albatroz subsidiaram a elaboração da Instrução Normativa.     
Declínio das populações de albatrozes. Uma pesquisa revela que mais de 300 mil aves marinhas, entre elas albatrozes, vêm sendo mortas anualmente pela pesca com espinhel.  O estudo é da Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) e do programa BirdLife International. As taxas de declínio das aves marinhas estão relacionadas ao crescimento das frotas de barcos pesqueiros. Algumas delas são particularmente problemáticas, a exemplo da frota espanhola de pesca que opera na costa da Irlanda. Essas pescarias são responsáveis pela morte de 50 mil albatrozes anualmente, de acordo com o estudo. Já A frota japonesa foi apontada pelo estudo como sendo a segunda mais impactante, capturando 20 mil albatrozes. São 22 espécies de albatrozes e 17 delas estão ameaçadas de extinção em algum grau, de acordo com a Lista Vermelha de Espécies em Extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).         
Sobre o Projeto. O Projeto Albatroz é uma organização não-governamental criada há 20 anos em Santos com o objetivo principal de conservar albatrozes e petréis. Mantém outras três bases em Rio Grande (RS), Itaipava (ES) e Itajaí (SC), três importantes estados pesqueiros. É patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, e tem o apoio da Royal Society for Protection of Birds (RSPB), da BirdLife International, do programa Albatross Task Force, da Save Brasil e do Ministério da Pesca e Aquicultura.
Leia mais notícias sobre esse assunto na BBC e no site da ICCAT.
FONTE: Projeto Albatroz

21 de novembro de 2011

Piauí inaugura primeira ponte com iluminação gerada por energia solar.

A ponte será a primeira do Brasil a contar com iluminação noturno gerada pelo acúmulo e reutilização de energia solar. O percurso antes feito em uma hora, com a nova ponte será reduzido para 20 ou 30 minutos. 



20 de novembro de 2011

Planta típica do Piauí pode revolucionar tratamento da Aids


Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do Laboratório Kyolab, de Campinas, estão pesquisando um medicamento contra a Aids a partir de uma planta natural do Piauí, o aveloz (conhecido popularmente como “cachorro pelado”). Em estudos iniciais, a molécula isolada em laboratório conseguiu chegar em células nas quais o HIV fica “escondido”. Leia reportagem publicada no jornal O Globo.
Armadilha para o HIV
Uma planta usada na medicina tradicional contra o câncer é a nova esperança de uma terapia mais eficaz contra a aids. Em desenvolvimento por um grupo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Laboratório Kyolab, de Campinas, uma droga se mostrou promissora em testes in vitro e deve começar a ser testada em animais já no ano que vem. Se os resultados se mantiverem iguais aos já obtidos, dizem os especialistas, será uma grande revolução no tratamento da doença.
Especializado em fitoquímica de medicamentos, o laboratório de Campinas conseguiu isolar numa planta natural do Piauí uma molécula considerada superativa. A linha de pesquisa incluía originalmente testar sua atividade contra alguns tipos de câncer (para os quais já se encontra em fase II de testes), uma vez que era com esse fim que a planta era usada na medicina tradicional. Resolveu-se também testá-la contra o HIV. “Começamos a estudar suas propriedades contra o HIV e descobrimos coisas interessantíssimas”, afirmou o chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, Amilcar Tanuri.
Vírus se mantém latente em células
Atualmente, o tratamento padrão contra aids é feito com o coquetel de drogas. Essa combinação de medicamentos mantém as pessoas saudáveis porque impede a replicação do vírus no sangue. Entretanto, se o tratamento for suspenso, em menos de uma semana o vírus volta a se multiplicar.
Isso acontece porque, embora as drogas bloqueiem a replicação no sangue, o vírus consegue se "esconder" no interior de algumas células, onde se replica muito lentamente, ficando num estado de latência. Mas, quando a medicação no entorno desaparece, ele volta a se multiplicar normalmente, fazendo com que a doença retorne. “A molécula isolada no laboratório de Campinas consegue ativar esse HIV que está latente. Ela quebra a latência do vírus, que começa a se multiplicar e sai das células (onde estava "escondido"), explica Tanuri. –“Quando isso acontece, o coquetel consegue eliminá-lo.”
Essa abordagem no desenvolvimento de drogas é inédita. Nos Estados Unidos vários estudos estariam tentando, ainda sem sucesso, encontrar maneiras de tirar o HIV da latência. “Nenhum medicamento disponível atualmente alcança dentro das células de latência”, explica o diretor do Kyolab, Luiz Pianovsky. “A abordagem é inédita, superinovadora e pode inclusive vir a ser a cura da aids, dependendo ainda de alguns fatores.”
De acordo com os cientistas envolvidos no projeto, mais de 2 milhões de moléculas já teriam sido testadas em laboratórios internacionais sem nunca se conseguir achar uma que fosse ativa contra o vírus da aids. “Trata-se de um grande esforço internacional, e tivemos a sorte de ter uma planta com uma molécula bioativa”, comemora Amilcar Tanuri, acrescentando que o estudo brasileiro está sendo submetido para publicação no periódico internacional "Aids". “É uma droga-chave para uma tentativa futura de curar o paciente.”
Mesmo que não se conseguisse a cura total, explicam os cientistas, a droga poderia ser crucial para suprimir a circulação do vírus no organismo por muito mais tempo do que os atuais remédios. “Não há nada no mundo que atue dessa maneira”, ressalta Pianovsky. “Há alguns produtos para outras funções, mas com potência muito menor do que essa.”
Os estudos ainda estão em fase inicial e são necessárias ainda várias etapas de testagem, entre elas a toxicologia. A planta original, de onde a molécula foi extraída, é extremamente tóxica. “Os resultados obtidos in vitro, no entanto, já demonstram que a toxicidade não é tão alta”, disse Pianovsky.
O próximo passo dos cientistas é testar o medicamento em macacos rhesus antes de passar para testes em seres humanos. Ainda há um longo caminho a percorrer e não há previsão para a finalização da droga. Mas os especialistas afirmam que, se tudo der certo, seria um dos maiores avanços em muitos anos.
Fonte: Portal AZ

19 de novembro de 2011

Derramamento de óleo na Bacia de Campos

Após ter sobrevoado o local do vazamento, o secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc, disse que a mancha de óleo é muito maior do que o revelado pela Chevron. Ele afirmou ter visto “muitas borbulhas” na superfície do mar, o que comprova que o vazamento ainda continua. Minc contou também ter observado três baleias jubarte passando pelas proximidades da mancha de óleo.


A Chevron terá que pagar pelos impactos ao meio ambiente. Para isso, nos baseamos no princípio da responsabilidade objetiva prevista na Constituição Federal”, explicou o secretário.

Ontem à tarde, o presidente da Chevron, George Buck, informou que a fonte do vazamento na bacia foi vedada desde o último domingo, dia 13 de novembro. Conforme Buck, o óleo que ainda está surgindo na superfície do mar é residual. Ele disse não ter condições de quantificar o total de óleo derramado.

17 de novembro de 2011

POSICIONAMENTO DAS SOCIEDADES CIENTÍFICAS ABAIXO ASSINADAS, SOBRE A EXIGÊNCIA DE ANOTAÇÕES DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA (ARTs) PARA A COLETA CIENTÍFICA DE MATERIAL BIOLÓGICO


As Sociedades Científicas (Sociedade Brasileira de Zoologia, Sociedade Brasileira de Ornitologia, Sociedade Brasileira de Mastozoologia, Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros, Sociedade Brasileira de Ictiologia, Sociedade Brasileira de Herpetologia, Sociedade Brasileira de Primatologia), vem a público se manifestar contra a exigência por parte do Conselho Federal de Biologia (CFBio) de Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) para a coleta científica de material biológico, conforme recomendado pelo Grupo de Trabalho de fauna (GT-fauna) do referido conselho em uma recente minuta.
 
Primeiramente, entendemos que, os órgãos ambientais estaduais e federais já exercem controle suficiente sobre a atividade de coleta científica de material biológico em território nacional, uma vez que a obtenção de licenças para esse fim já obedece a um rigoroso escrutínio da capacidade e formação técnica daqueles que pretendem exercer a atividade conforme previsto em lei (ver, por exemplo, as instruções normativas nos. 154/2007 e 160/2007 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, disponíveis em http://www4.icmbio.gov.br/sisbio/index.php?id_menu=210).
 
Segundo, a exigência de ARTs para a coleta científica é análoga à exigência do mesmo documento para a prática de qualquer outra metodologia científica por parte de biólogos em atividades de pesquisa básica (como, por exemplo, a manipulação genética in vitro), o que constitui, do ponto de vista lógico, um verdadeiro absurdo ao burocratizar, de modo incomparável ao que ocorre em qualquer outro país com produção científica relevante em Biologia, o acesso de biólogos a metodologias de pesquisa consagradas, como é o caso da coleta científica de material biológico. O CFBio, nesse sentido, deve atentar para os possíveis impactos negativos da burocratização excessiva de suas normativas sobre a pesquisa básica exercida pelos seus afiliados, não criando um número cumulativo de exigências redundantes em relação à outras já existentes.
 
Terceiro, por se tratar de uma metodologia científica, o seu processo de aprendizado necessariamente envolve a participação de alunos de graduação, sem filiação a qualquer conselho profissional. Portanto, a exigência de ARTs para a coleta científica, a princípio, terá um efeito nefasto no processo de formação e qualificação de biólogos no estudo da biodiversidade brasileira. Não menos importante, vale a pena lembrar que a coleta científica de material biológico também é realizada por outros profissionais não biólogos (por exemplo, agrônomos, engenheiros florestais e veterinários), que também teriam dificuldades para se normatizar junto a um conselho de classe que não é seu de origem, ou, alternativamente, poderiam continuar a trabalhar sem o ônus da burocratização excessiva que passará a pesar somente sobre os biólogos.
 
Quarto, entendemos que os custos associados à ARTs para a coleta científica tornariam a atividade inviável economicamente em diversos contextos, onerando ainda mais projetos e mesmo o ensino de pesquisa básica em
 
Biologia, com efeitos devastadores sobre a pesquisa em biodiversidade no Brasil. Ademais, é notória a morosidade com a qual as ARTs são emitidas em muitos dos Conselhos Regionais de Biologia (CRBios) do Brasil, o que teria também o verdadeiro efeito de obstruir o uso pleno da coleta científica por biólogos em suas atividades profissionais.
 
Quinto, as ARTs têm a sua justificativa apenas em atividades de seus afiliados que envolvam responsabilidade cível e criminal em relação à segurança e à saúde da pessoa física, análogo ao que ocorre em outros conselhos de classe (por exemplo, arquitetura, engenharia e agronomia). Portanto, atividades de coleta científica, são passíveis de tutela por uma ART em projetos ligados, por exemplo, ao licenciamento ambiental de empreendimentos (como já acontece), mas nunca em atividades de pesquisa básica, na qual o que se busca é um aprimoramento do conhecimento já existente, sem qualquer implicação ou responsabilidade cível e criminal à pessoa física. Cabe ressaltar, entretanto, que mesmo em projetos ligados a atividades de licenciamento, a exigência de ARTs específica para as coletas parece redundante, na medida que para esses processos já são emitidas hoje ARTs, que deveriam levar em conta a metodologia do referido processo.
 
Por fim, concluímos essa nota com uma manifestação geral de repúdio total e irrestrito à exigência por parte do CFBio de ARTs para a coleta científica em projetos de pesquisa básica, por entender que essa normatização representaria um verdadeiro “golpe de misericórdia” no uso desta metodologia ao burocratizar, onerar e obstruir a sua prática por biólogos, contribuindo de modo decisivo para a estagnação do estudo da biodiversidade brasileira.
 
Associações signatárias:
Sociedade Brasileira de Zoologia
Prof. Dr. Rodney Ramiro Cavichioli – Presidente
 
Sociedade Brasileira de Ornitologia
Profa. Dra. Cristina Yumi Miyaki – Presidente
 
Sociedade Brasileira de Mastozoologia
Dr. Paulo D'Andrea - Presidente
 
Sociedade Brasileira de Ictiologia
Prof. Dr. Claudio Oliveira - Presidente
 
Sociedade Brasileira de Estudos de Quirópteros
Prof. Dr. Ricardo Moratelli Mendonca da Rocha - Presidente
 
Sociedade Brasileira de Primatologia
Prof. Dr. Fernando de Camargo Passos - Presidente
 
Sociedade Brasileira de Herpetologia
Prof. Dr. Marcio Martins – Presidente
 
 
Instituições signatárias:
Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Carlos Eduardo Falavigna da Rocha
 
Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo
Prof. Dr. Hussam Zaher

16 de novembro de 2011

IBAMA PIAUÍ: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


O seminário aos professores tem carga horária de 4h, e terá a seguinte programação:
Dia 23 de novembro: no auditório da UESPI, em Parnaíba.
Horário de 8h às 12h.
Dia 24 de novembro: em auditório a definir em Buriti dos Lopes, atendendo ainda os municípios de Caxingó, Caraúbas, Cocal, Cocal dos Alves e Murici dos Portelas.
Horário de 08h às 12h.
Dia 25 de novembro: no auditório do CEEP, em Parnaíba, atendendo ainda os municípios de Luis Correia, Cajueiro da Praia, Ilha Grande e Bom Princípio.
Horário de 8h às 12h.
Quaisquer informações adicionais podem ser tratadas com Fernando Gomes através dos telefones 3321-2782 (IBAMA) ou 9950-2255.

Abaixo-Assinado

Queridos amigos, vamos participar do manifesto contra o novo Código Florestal.
Segue o link para o abaixo assinado que será enviado ao senado..está faltando menos de 200 assinaturas para as 52 mil necessárias.


29 de outubro de 2011

Novas Regras para Licenciamento Ambiental no Brasil.


Brasília - O governo federal publicou no último dia 28 novas regras para o processo de licenciamento ambiental para as áreas de petróleo e gás, rodovias, portos e linhas de transmissão. Entre as mudanças estão o tratamento diferenciado aos projetos de acordo com o potencial de impacto ambiental e critérios mais claros para a definição de obras de alto e baixo impacto no meio ambiente. 


Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, as medidas foram tomadas para garantir maior segurança jurídica na análise dos processos e atender ao dinamismo do crescimento brasileiro. “Estamos trazendo o Ibama para a celeridade necessária sem perder a qualidade nos estudos e licenças”. 

As rodovias federais que não têm licença ambiental porque foram implementadas antes da atual legislação ambiental deverão ser regularizadas em um prazo de até 20 anos. O cronograma dará prioridade às estradas de maior tráfego ou as que oferecem mais riscos de acidentes. As obras feitas dentro da faixa de domínio de rodovias que já possuem licença de operação não vão precisar de um novo licenciamento, apenas comunicação ao Ibama. 

Em relação à área de petróleo e gás as novas regras, que valem para a exploração em alto-mar (offshore), preveem procedimentos e licenciamentos diferenciados por causa da sensibilidade ambiental (medida pela distância da costa), profundidade e riqueza ambiental. Também vai permitir o licenciamento por polígono, quando ocorrem diversas perfurações em um mesmo local, e o aproveitamento de estudos já feitos sobre as mesmas áreas em licenciamentos futuros. 

A regularização dos portos vai permitir o licenciamento de intervenções de rotina, como dragagens de manutenção e aprofundamento de canais. Hoje 35 portos da Companhia Docas federais operam sem licença. Os portos terão 120 dias para aderir ao programa de regularização e 720 dias para concluir os estudos necessários. O Ibama terá mais 120 dias para a análise dos processos de licenciamento. No caso das linhas de transmissão, o licenciamento será definido segundo o grau de impacto na região em que serão implantadas. 

Outra mudança estabelecida pelas portarias publicadas hoje está o prazo de 90 dias para que órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fundação Palmares e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) se manifestem sobre estudos de impacto ambiental de obras em licenciamento do Ibama. Atualmente, não há prazo definido para que esses órgãos se manifestem. 

Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, as mudanças não significam uma flexibilização do licenciamento ambiental, mas sim a unificação das regras. "O que fizemos foi definir novos prazos e ritos para as instituições federais envolvidas no processo de licenciamento ambiental. Com isso estamos dando regras claras, novos prazos, regularizando empreendimentos que não têm licenças ambientais”. 

Ela também ressaltou que os estudos ambientais que forem apresentados de maneira insuficiente poderão ser complementados apenas uma vez e, se o órgão ambiental julgá-los insuficientes poderá rejeitar os estudos. “Isso vai fazer com que haja mais celeridade com aqueles empreendimentos que estão em licenciamento ambiental e que cumprem as regras”. 

Segundo o Ibama, as demandas por licenças cresceram cerca de 700% nos últimos dez anos e atualmente há 1.829 processos esperando o licenciamento ambiental. Em 2011 foram emitidas 414 licenças ambientais.



FONTE:  http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-10-28/governo-modifica-regras-de-licenciamento-ambiental Sabrina Craide Repórter da Agência Brasil

24 de outubro de 2011

10 espécies cuja população diminui porque a nossa aumenta

Um levantamento feito pelas Nações Unidas garante: antes do final desse ano, a população de seres humanos no planeta deve atingir a marca de 7 bilhões. Enquanto esse número ainda segue crescente, há certos habitantes do planeta fazendo o caminho contrário: a população de animais está decrescendo a níveis alarmantes. 
O século XXI apresenta um novo panorama relacionado à extinção. Se os índices atuais forem mantidos, os cientistas calculam que 75% das espécies de hoje devem ser totalmente erradicadas do planeta nos próximos 300 a 2.000 anos. Conheça dez exemplos em que a diminuição populacional, e não o aumento, deve ameaçar a existência em um futuro perigosamente próximo. 

10 – FURÃO DE PÉS NEGROS 

Um mapa dos Estados Unidos que mostra as áreas onde vive esse pequeno mamífero norte-americano também mostra uma triste figura. As “manchas” de habitat do furão de pés negros (Mustela nigripes) praticamente sumiram. A trágica história desse mamífero começou nos anos 90, quando agricultores dos EUA se envolveram em um esforço nacional para combater o “cão de pradaria”, roedor que estraga plantações. 
Isso foi um golpe duro à população de furões, que têm uma dieta 90% composta de cães de pradaria, e cujo habitat (campos de mata rasteira) foi reduzido a apenas 2% da área original. Em 1986, um levantamento americano apontou um número desesperador: havia apenas 18 furões espalhados pelo país inteiro. Desde então, um programa ambiental elevou essa população acima de mil, mas a espécie segue ameaçada. 

9 – PEIXE-GATO-GIGANTE 

O Rio Mekong, décimo mais volumoso do mundo, nasce em campos da província chinesa do Tibet e cruza seis países do sudeste asiático por 1.535 quilômetros. Em suas águas, está escondido um drama: a quase extinção do Pangasianodon gigas, nome científico para um peixe que chega a atingir três metros de comprimento e mais de 270 quilos. 
Na última década, 90% da população original do peixe-gato-gigante simplesmente sumiram do mapa, de modo que restaram cerca de 300 indivíduos no planeta. A própria distribuição do peixe pelo rio dá uma noção do problema: antigamente, eles apareciam por toda a extensão do rio asiático. Agora, ocupam menos da metade desse espaço. 

8 – VAQUITA 

Você já falar da vaquita? Não se trata de um mamífero terrestre, como talvez você tenha imaginado, mas de uma espécie de boto. Notória pelo pequeno espaço no mundo que habita (apenas alguns quilômetros quadrados no Golfo da Califórnia, no México), a Phocoena sinusis é um dos animais aquáticos mais ameaçados do mundo. 
Tal como várias espécies marinhas, a maior ameaça à vaquita eram as redes de pesca predatória, até recentemente. Em 2000, um levantamento do governo mexicano constatou que as redes de pesca matavam de 39 a 84 indivíduos da já reduzida espécie a cada ano. Diante do índice, o governo reduziu o número de redes em 80%, o que amenizou a situação. Mesmo assim, a poluição do mar segue como fator predominante para manter as vaquitas sob ameaça. 

7 – LIBÉLULA ESMERALDA 

Certos animais sob risco de extinção comovem a opinião pública, mas os insetos raramente se encaixam neste perfil. O panorama para eles, no entanto, é igualmente crítico: algumas espécies devem desaparecer da face da Terra em breve. Um inseto americano, a libélula esmeralda (Somatochlora hineana), apresenta um dos piores índices. 
No caso de insetos, em geral, o que contribui para a destruição é a erradicação de ambientes úmidos próprios para o desenvolvimento das espécies. Quando há diminuição da área, a redução populacional é uma consequência direta. 

6 – SALAMANDRA OZARK 

Se você observar uma foto desse animal, já pode imaginar que é uma espécie exótica. A salamandra Ozark (Cryptobranchus alleganensis), que habita a América do Norte, apareceu apenas recentemente na lista de espécies em extinção. Há menos de 600 indivíduos atualmente, já que a população foi reduzida em 75% nas últimas décadas. 
As principais ameaças à salamandra Ozark, que habita rios de alguns estados dos EUA, são não apenas a redução do ambiente em si, mas da qualidade dele. No caso, o fator mais prejudicial é a poluição da água. 

5 – GAVIAL 

O nome científico, Gavialis gangeticus, já dá uma ideia de onde este animal semelhante ao crocodilo habita: entre outros lugares, as águas do Rio Ganges, na Índia. Atualmente, no entanto, os cientistas poderiam trocar o nome científico do gavial, porque ele foi erradicado da Índia e de outros quatro países. Restam apenas cerca de 1.500 indivíduos da espécie. 
A situação já era preocupante nos anos 90, quando a outrora grande população do gavial já estava abaixo dos dez mil. 98% dos lugares onde ele vivia não são mais aptos para sua sobrevivência. 

4 – GIBÃO DE CRISTA NEGRA DE HAINAN 

Vamos pelo princípio: você já viu um gibão? É um primata semelhante ao macaco. Há várias espécies, mas uma delas, em especial, está sob grave risco. É o Nomascus hainanus, que habita apenas a ilha de Hainan, na China. 
Como estão restritos à ilha, é fácil fazer um levantamento populacional. E o número foi alarmante: antes de 1960, havia mais de 2.000 desses primatas, e hoje não há mais de treze indivíduos pela ilha inteira. No caso deles, a indústria primária foi o problema: com produção de borracha nas áreas rasteiras, os gibãos tiveram que migrar para o alto das árvores, onde a oferta de alimentos é menor. 

3 – ‘AKIKIKI 

A pequena ilha de Kaua’i, no Havaí, guarda um problema relacionado a uma classe animal ainda não tratada nesta lista: as aves. O pequeno pássaro ‘Akikiki habita exclusivamente a ilha, onde há menos de 1.500 indivíduos atualmente. 
O problema das aves no Havaí é crítico: das 71 espécies catalogadas na região em 1778, 26 já deixaram de existir completamente, e outras 32 estão em situação semelhante à do ‘Akikiki. O modo como as espécies sumiram também é inusitado: alguns pássaros morreram em massa por contaminação de doenças passadas por insetos. 

2 – DYSPIS BREVICAULLIS 

Se você acompanha o problema de extinção não apenas nos animais, mas também em plantas, há também algo importante a se destacar. Uma espécie vegetal curiosa, que é uma pequena árvore cujas folhas parecem nascer do chão, tem sua população sensivelmente reduzida. Atualmente, é encontrada em apenas três pequenas regiões da ilha de Madagascar. A agricultura, nesse caso, é um fator que tem dizimado a espécie, não apenas pela redução de áreas nativas, mas por certos produtos químicos usados no solo. 

1 – CORAL CHIFRE-DE-ALCE 

Voltamos aos animais, mas essa espécie também não está entre as mais lembradas. Os recifes de Coral do Caribe, de forma geral, são “sustentados” pela espécie chifre-de-alce (Acropora Palmata), que sempre marcou presença constante na região. Com o nome dado em alusão aos seu formato, essa espécie era abundante até a década de 80. Desde então, a população foi reduzida em trágicos 95%, especialmente devido à uma doença altamente contagiosa no ambiente. 



FONTE: http://hypescience.com/10-especies-cuja-populacao-diminui-porque-a-nossa-aumenta/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+feedburner%2Fxgpv+%28HypeScience%29